domingo, 25 de março de 2012

Múcio na cabeça de Eduardo para 2014..


POSTADO EM 25 DE Março DE 2012






Com a eleição municipal cada vez mais atrelada ao pleito estadual de 2014, os articuladores políticos são levados a traçar estratégias eleitorais com reflexos a longo prazo. Com um olho na disputa deste ano e outro na própria sucessão, o governador Eduardo Campos (PSB), líder maior da Frente Popular, vem analisando cenários e nomes visando construir uma candidatura sem muitas arestas e com reais chances de sucedê-lo em 2014. Com uma popularidade que gira na casa dos 90%, Eduardo pode se dar ao luxo de escolher um técnico da própria equipe e turbiná-lo politicamente, ou optar por um dos políticos aliados já colocados como alternativa.

Uma outra possibilidade, porém, tem sido estudada pelo governador, sem alarde: trazer de volta à política estadual uma figura que, na avaliação de articuladores da Frente Popular, se adequaria bem ao formato de sucessor idealizado por Eduardo Campos: o atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro.

O ex-deputado, ex-petebista e ex-ministro - que renunciou ao mandato parlamentar em 2009 para assumir o cargo vitalício no TCU, por indicação do então presidente Lula (PT) - já teve o nome especulado como alternativa para resolver o impasse governista com relação à Prefeitura do Recife, mas descartou de imediato.

Conhecido pelo perfil conciliador, José Múcio terminou inserido na lista de opções para 2014 com base em argumentos que, em primeira análise, se mostram convincentes: não tem arestas políticas com lideranças dos partidos do bloco governista e, antes de assinar a ficha de filiação do PTB, pertenceu por vários anos aos quadros do PFL, pelo qual disputou o governo em 1986, sendo derrotado por Miguel Arraes, avô de Eduardo. Esse histórico, na opinião de aliados, ajudaria a desarmar o discurso de ataque das oposições na campanha e, mais ainda, neutralizaria eventuais críticas dentro da própria Frente Popular.

CURRÍCULO

Embora tenha iniciado a carreira no extinto PDS - pelo qual foi eleito prefeito de sua cidade natal, Rio Formoso, na Mata Sul pernambucana - filiando-se depois ao PFL, José Múcio migrou para o PSDB em 2001 e, dois anos depois, filiou-se ao PTB, integrando-se à base de apoio do governo petista logo no primeiro mandato do presidente Lula.

Amigo de Eduardo Campos, também passou a dar sustentação à sua administração a partir de 2007. Nesse mesmo ano, sob as bênçãos do PT e do PSB, assumiu a liderança do governo Lula na Câmara dos Deputados. Alguns meses depois, o presidente o convidou para assumir o Ministério das Relações Institucionais, após vários nomes terem passado pela função. Tarefa aceita, Múcio renunciou em setembro de 2009 para assumir a vaga no TCU aberta com a aposentadoria de outro pernambucano, o acadêmico Marcos Vinícius Vilaça.

Desde então, Múcio tem mantido uma distância regulamentar das rodas políticas, embora continue sendo um dos seus assuntos preferidos nas conversas informais com amigos e ex-correligionários. Mas, em público, evita qualquer comentário quando questionado sobre a possibilidade de disputar novo mandato. "Sou ministro do TCU e meus planos são de continuar ministro", resume ele.

Em coro, alguns aliados questionam a opção José Múcio para 2014, advertindo que sua atividade no Tribunal de Contas da União só se encerra com a aposentadoria compulsória, aos 70 anos de idade. No caso de Múcio, em 2019. "Se ele sair antes, perderá todos os direitos, até mesmo a aposentadoria proporcional. É uma decisão complicada", afirma um amigo do ex-deputado.

Mas há quem veja a questão por outro ângulo. "Quem não gostaria de se aposentar como governador de Pernambuco, em vez de ministro?", brinca um interlocutor palaciano, em reserva.

Postado por Diogo Menezes