sábado, 28 de janeiro de 2012

Dividido sobre Kassab , PT prioriza aliança com os partidos da base.

Prioridade é negociar com PMDB, PC do B, PSB, PR e PDT, mas o diálogo com o PSD de Kassab não será vetado
Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 28/01/2012 
Com a presença  do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, o conselho político do pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, ex-minsitro da Educação Fernando Haddad, decidiu neste sábado priorizar as alianças com partidos da base aliada e deixou em segundo plano o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Haddad rejeitou a hipótese de aliança com o PSD hoje mas não descartou um possível acordo no futuro. O PT está dividido sobre o assunto.
Questionado se a hipótese de aliança com Kassab está descartada, respondeu: “hoje sim. Hoje nossa prioridade é outra”. Segundo ele, não existe conversa formal com Kassab em, São Paulo, apenas uma aproximação “incipiente” no plano nacional com o governo Dilma.
Foto: AE
O Deputado Estadual Edinho Silva, Fernando Haddad, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o vereador Antônio Donato e o deputado Estadual Rui Falcão
A prioridade é negociar com PMDB, PC do B, PSB, PR e PDT, mas o diálogo com o PSD não será vetado. “O diretório nacional do PT vetou apenas o PSDB, DEM e PPS, disse o vereador Antonio Donato, presidente municipal do PT.
Ao ser confirmado como pré-candidato do PT, em novembro do ano passado, Haddad havia sido categórico ao descartar uma aliança com o atual prefeito e adotou um discurso fortemente de oposição em relação a Kassab.
Segundo fontes petistas, o partido hoje está dividido sobre o tema. Lula, Dilma e algumas lideranças locais defendem a aliança com Kassab sob o argumento de que isso fragilizaria os adversários do PSDB. Já a direção nacional, a maioria dos vereadores, boa parte da direção municipal, lideranças nacionais como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o próprio pré-candidato são contrários. Eles alegam que a aliança com o PSD traria risco de um racha na base do PT, radicalmente contrária à administração de Kassab, e poderia ser mal interpretada pelo eleitorado, já que o partido sempre liderou a oposição ao prefeito.
Fator José Serra
Muitos petistas acreditam que o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) está por trás da oferta de apoio feita pelo prefeito a Lula durante uma visita no hospital Sírio-Libanês. O objetivo seria dividir o PT.
Há pretensão do partido de resgatar bandeiras históricas das nossas administrações não apenas em São Paulo. Não vamos abdicar disso por conveniência eleitoral”, disse Haddad.
Haddad negou que o PT esteja rachado mas admitiu que existem posições diferentes sobre a aliança com o PSD no partido. “Há opiniões que são públicas”, disse ele.
O pré-candidato não escondeu a contrariedade com a aproximação. “O sentimento do PT é um sentimento de mudança. Há pretensão do partido de resgatar bandeiras históricas das nossas administrações não apenas em São Paulo. Não vamos abdicar disso por conveniência eleitoral”, disse Haddad.
De acordo com o presidente municipal do PT, a definição das alianças deve ocorrer apenas em maio ou junho, quando termina o prazo legal para a inscrição das chapas. “Até lá todo mundo vai querer observar o quadro, ver as pesquisas”, disse Donato.
Segundo ele, o assunto PSD é secundário e os objetivos a curto prazo são conversar com os partidos aliados, definir uma agenda pré-eleitoral para Haddad e coletar contribuições para o programa der governo.
“Não vamos desviar da nossa estratégia”, afirmou Donato