terça-feira, 6 de dezembro de 2011

''Serra sempre teve desprezo pelo Chalita '', diz tucano.

Líder do PSDB na Câmara de SP, Floriano Pesaro critica declaração de deputado e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB
Nara Alves, iG São Paulo | 06/12/2011 2

 Em 2009, o então vereador Gabriel Chalita, hoje deputado federal pelo PMDB, deixava o PSDB, partido a que foi filiado por 20 anos, rumo ao PSB. Na despedida, o ex-tucano queixou-se de ter sido tratado “de forma preconceituosa” no partido, cuja maior liderança era o então governador José Serra. O mal-estar entre os dois se arrasta desde então. Nesta semana, em entrevista ao iG, Chalita afirmou não entender o porquê da relação difícil. “Eu era muito pequeno para ele (Serra) ter tanta raiva de mim”, disse.
Para o líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Floriano Pesaro, as rusgas têm origem na forma como Chalita saiu do PSDB. “O Serra sempre teve um desprezo muito grande pelo Chalita. Não tinha nada a favor ou contra, na verdade. Mas depois o Chalita saiu do partido da forma mais cruel, que é sair atirando na legenda, nas lideranças do partido, no Paulo Renato (ex-secretário da Educação) e em mim como liderança”, disse Pesaro.
O Serra sempre teve um desprezo muito grande pelo Chalita. Não tinha nada a favor ou contra, na verdade
Chalita saiu em 2009 do PSDB para ser candidato ao Senado pelo PSB em 2010, mas acabou sem espaço no novo partido e terminou na corrida para a Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado por São Paulo com a segunda maior votação no Estado, atrás apenas de Tiririca. “Chalita saiu do PSDB porque quis ser oportunista para ser candidato ao Senado pelo PSB. Ele sabia que no PSDB ele não conseguiria porque temos pessoas mais importantes que ele no partido para concorrer”, dispara Pesaro.
Após ser eleito nas eleições de 2010, Chalita deixou o PSB e migrou para o PMDB a convite do vice-presidente da República, Michel Temer. De olho na vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo em 2012, Chalita não só ouviu de Temer a promessa de ser candidato como se tornou o presidente municipal da sigla. Se a candidatura se concretizar, Chalita poderá enfrentar o ex-governador José Serra nas urnas. Apesar de ter afirmado diversas vezes não querer ser candidato, tanto correligionários como opositores não descartam a possibilidade de Serra mudar de ideia na última hora.
De acordo com o presidente estadual do PMDB-SP, deputado Baleia Rossi, uma eventual candidatura de Serra não alteraria em nada os planos do PMDB para Chalita.
“A eleição de Chalita em São Paulo é emblemática. Há 30 anos o PMDB não elege um prefeito na capital paulista. Sou um apoiador incondicional”, diz Rossi. Para assumir a legenda na capital, foi necessária uma intervenção da Executiva Nacional, o que gerou desconforto entre algumas lideranças.
Segundo Baleia Rossi, a candidatura de Chalita faz parte de uma estratégia de fortalecimento do partido para as eleições de 2014. “Toda a estratégia em São Paulo foi ratificada pela Executiva Nacional. Se houve estranheza no começo, isso já está superado. O clima do partido agora é de unidade”, afirma.