sábado, 31 de dezembro de 2011

Eduardo Campos : Se as circunstâncias políticas de 2014 deciderem que devo sair , Pernambuco estará bem entregue ''.

POSTADO EM 31 DE Dezembro DE 2011



Em conversa com a imprensa no final de 2010, quando foi reeleito governador do Estado, Eduardo Campos afirmou que concluiria os quatro anos de seu mandato integralmente. Na coletiva com jornalistas do Sistema Jornal do Commercio no fim deste ano, porém, Eduardo admitiu a possibilidade de não estar mais à frente do Estado no que seria seu último ano de governo. Isso porque, segundo ele, depende do que chamou de "circunstâncias políticas" de 2014, ano de eleições para o senado e Presidência da República.

Independente de ser ou não candidato a o que quer que seja em 2014, as "circunstâncias políticas" atuais fazem crer que o governador Eduardo Campos e o Estado de Pernambuco não serão meros coadjuvantes naquele ano. Eduardo sabe disso, mas desconversa.
 

"É muito cedo para se ver isso. Como é que será 2014? A preocupação na minha cabeça está em dar conta da responsabilidade que nós temos", falou se referindo às atribuições que tem frente ao governo do Estado.

Mas, ainda considerando as alianças e conveniências de hoje, Eduardo garante que a preocupação é reeleger a presidente Dilma e manter o País e o Estado longe da crise que arrasa boa parte do planeta.



Em conversa com jornalistas do Sistema Jornal do Commercio, questionado quanto ao papel e à visível fragilidade da oposição no Estado, o governador Eduardo Campos disse reconhecer a importância daqueles que se opõem ao seu governo, porém não deixou de alfinetar o mau desempenho eleitoral dos partidos contrários à Frente Popular.

"Veja bem, eu acho que a oposição é a oposição que foi escolhida pela sociedade, pelo voto popular. Há um ano atrás, o povo de Pernambuco definiu que a oposição deveria ser do tamanho que é hoje. Uma oposição que tem quadros qualificados, respeitáveis, de vidas púbicas que nós conhecemos e respeitamos, e que tem feito seu papel", contemporizou.

Contudo, o próprio governador reconheceu a dificuldade que é se opor a uma gestão com 90% de aprovação.

"A  própria oposição, que pensa em ser governo, tem que pensar como fazer oposição. Porque se ela fizer uma oposição negando a realidade, ela vai falar para 9% ou 6%, que é aquele torcedor inveterado, que tem lado político e que não vota de jeito nenhum porque tem uma posição contrária. Se ele fizer desse jeito, ele vai ficar a vida inteira na oposição", contou.


Jogando ainda mais peso nas costas de seus opositores, Eduardo Campos lembrou que a atual oposição em Pernambuco já foi governo, portanto não poderia questionar ou criticar irresponsavelmente seu mandato, pois supõe-se que saibam das dificuldades da gestão pública.

"A própria oposição, que tem qualidade, governou. Sabe dos desafios de governar. A oposição governa municípios, governa outros estados. Isso está sendo bom para a democracia brasileira, porque os partidos que saem do governo e vão para a oposição não podem fazer um discurso descomprometido de um lastro do que foi feito."

Eduardo, então, lembrou que era oposição em 2006,  antes de assumir o governo, e que não por isso ignorou os avanços que "por ventura ocorressem" em gestões anteriores a sua. E lembrou ainda que a população não é de todo sem memória como se costuma dizer.

"A população sabe julgar quem está falando as coisas com propriedade e quem não está. A oposição tem, na verdade, feito o seu papel, e como eu acredito que a oposição queria ser governo, e luta para ser governo um dia, ela lê os números, vê o governo, vê o que ela fez e se posiciona para não entrar em contradição."




Aprovado por quase 90% da população, o governador Eduardo Campos, em entrevista a jornalistas do Sistema Jornal do Commercio, comentou a alta popularidade de seu governo e ressaltou que os índices são reflexo dos altos investimentos e do alto número de empregos formais gerados no Estado.

"Nós tivemos resultados muito importantes. Tivemos o maior volume de investimentos que Pernambuco já teve. Num cenário de adversidade que se arrasta desde 2008, conseguimos ir no contra-fluxo e investir só com orçamento estadual, sem as empresas, quase R$ 2,5 milhões. É o maior investimento. Isso antes se investia em todo um governo. Nós tivemos também uma redução do desemprego muito expressiva. Nós saímos de 15% de desemprego, e agora, segundo o IBGE de novembro, temos 5,5%. Vamos fazendo nesses últimos cinco anos, quase 500 mil empregos de carteira assinada. O PIB de Pernambuco chega esse ano a três dígitos, a R$ 100 bilhões. A gente consegue ver investimentos acontecendo nas diversas regiões do Estado e conseguimos ver essa geração de emprego se dar proporcionalmente nas regiões do Estado: no Sertão, no Agreste e na Zona da Mata."

Tendo apontado os dados, o governador fez questão de dizer que sabia da responsabilidade que teria ao ser eleito com tão expressiva votação como ocorreu em 2010, quando se elegeu com mais de dois milhões de votos a mais que seu adversário, Jarbas Vasconcelos (PMDB). Consciente do desafio, Eduardo explica que foi fundamental ouvir a população ao longo deste primeiro ano de seu segundo mandato.



"Nós tivemos uma eleição que o resultado foi também o maior resultado do Brasil, quase 83% dos votos, e as pessoas imaginavam que a gente não iria reforçar a escuta popular. Pelo contrário, nós fomos a todas as microrregiões ouvir a sociedade organizada e a não organizada. A gente conseguiu consolidar e concluir obras e ações ao longo de 2011, e iniciar e plantar, certamente, aquilo que a gente quer colher até 2014", resumiu o governador.

Eduardo não esconde, porém, que reconhece a importância e os méritos do grupo político que integra e, por isso, faz questão de dividir os louros de seu governo com a Frente Popular e revelar sua preocupação em mantê-la unida.

"Tudo isso que conseguimos foi apoiado por uma ampla frente politica que tem nos ajudado. A decisão estratégica de não alimentar as brigas, e alimentar um ambiente de paz política, tem ajudado o fato de ter uma decisão firme de ouvir a população, de implantar um modelo de gestão para acreditar no planejamento e colocar metas para serem perseguidas."

Por fim, Eduardo conclui que este foi um ano "extremamente positivo" e que essa avaliação, mais do que sua, é da sociedade.

"Temos, portanto, um ano extremamente positivo. O mais positivo. Isso tudo também é o entendimento da própria sociedade, as pesquisas de opinião pública dão conta disso. De fato, é um ano muito expressivo do ponto de vista da estruturação e da captação de investimentos, de tirar as coisas do papel e ouvir a população."
POSTADO ÀS 12:07 EM 31 DE Dezembro DE 2011
Como não poderia ser diferente, o governador Eduardo Campos em entrevista concedida à repórteres do SJCC na última quinta-feira (29), comentou a situação da Frente Popular no Recife. Segundo o governador, a Frente não pode fazer além do que lhe "cabe", e fez entender que o PT deve se resolver sozinho, internamente, e, só a partir daí, é que se pode amadurecer objetivamente o debate.
"É claro que a gente torce para o que o PT construa, na diversidade, a sua unidade. A unidade no PT é importante para a unidade na Frente Popular. Isso é óbvio. Nós temos feito só o que nos cabe fazer. Na verdade a eleição de 2012 é eleição municipal, a nossa eleição foi a de 2010."
Fazendo a divisão do que é de quem, o governador diminuiu sua responsabilidade no processo eleitoral, chegando a admitir, inclusive, que em algumas cidades não mais o que ser feito para manter a Frente unida.
"Eu não vou ter em 2012 uma atitude diferente da que tive em 2008, ou seja, de respeito a Frente, de buscar, torcer e trabalhar para que Frente esteja unida na maioria dos municípios que possa estar, e que dispute de maneira civilizada e correta aonde a disputa já está claramente  deflagrada."
Eduardo Campos reconhece suas atribuições, as de Dilma e as de Lula nas eleições municipais de 2012.  A principal delas, segundo ele mesmo, "é não colocar lenha no fogueira."
Postado  : Helder Lopes.