sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Governo de Pernambuco promete intensificar fiscalização da Lei Seca.


A partir de dezembro, blitzes na RMR serão diárias, em vários horários. Vítimas de acidentes vão atuar como educadores, junto com os fiscais.
Do G1 PE
O motorista que costuma beber e depois dirigir deve começar a pensar em mudar de hábito: a partir desta quinta-feira (1º), as fiscalizações da chamada Lei Seca em Pernambuco vão ser mais rigorosas e mais constantes, sob coordenação da Secretaria Estadual de Saúde, como mostra reportagem do NETV 2ª Edição.

No centro e nos bairros da Região Metropolitana, haverá barreiras onde os motoristas serão parados todos os dias do ano, durante a semana, à noite, e, nos finais de semana, também de dia. Serão seis equipes trabalhando simultaneamente, cada uma com um oficial, PMs, agentes de trânsito e técnicos da Secretaria, que estão recebendo treinamento para participar das abordagens.

"Essas barreiras vão ter dois aspectos, que são a parte de sensibilização e a de fiscalização. Os agentes, os assistentes, os coordenadores de prevenção e promoção de saúde vão ser os braços, a voz da Secretaria de Saúde, alertando essa maléfica associação do álcool com a direção", diz o secretário Antônio Carlos Figueira.

Figueira informou ainda que também estão em treinamento dezesseis educadores que vão ficar em torno das barreiras. Todos são pessoas com deficiência que foram vítimas de acidentes onde houve mistura de álcool e direção. Todos os dias, às 9h, será emitido um boletim com os números das blitze do dia anterior. A coordenação vai estimular os motoristas a voltarem pra casa em segurança depois de beber.

"É o amigo da vez, escolher aquele que não vai ingerir bebida alcoólica. Também [vamos incentivar] o uso de transporte coletivo. No caso da Região Metropolitana, seria concentrado na frota de táxi e disponibilização de ônibus para o transporte noturno”, aponta.

Mas com que transporte coletivo é possível de fato contar? Quem decidir voltar para casa de ônibus, por exemplo, talvez tenha dificuldade: das 385 linhas que circulam no Grande Recife, apenas 41 operam de madrugada. São os chamados bacuraus, que fazem 163 viagens no sábado e 164 no domingo à noite, com intervalo médio de uma hora, de acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, que também informou que essa frota é reforçada em dia de eventos de grande porte. Outra opção seria o metrô, mas ele funciona até as 23h e o Metrorec não tem planos de ampliar o horário, até porque, das 23h às 5h, é feita uma manutenção rigorosa nos trilhos e nas plataformas.

Há ainda os taxis: segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano, o Recife tem 6.125 táxis, número que não muda há 30 anos, porque um decreto de 1995 proíbe que a Prefeitura conceda novas licenças para taxistas. Uma lei municipal determina que a cidade deve ter um táxi para cada 300 habitantes e o diretor de Transportes da CTTU, Carlos Augusto Elias, informa que há um para cada 251 moradores, ou seja, dentro do que manda a lei.

Elias diz que o comportamento do taxista mudou: ele já não roda pelas ruas como antes, mas aguarda num dos 300 pontos do Recife o cliente chamar pelo telefone. A Companhia considera essa postura interessante, porque ajuda a reduzir os congestionamentos. "As pessoas percebem que em determinados momentos fica mais difícil de pegar um táxi da forma antiga, de você ir à rua e buscar um táxi. Por isso os serviços de telefonia, solicitando táxi, têm aumentado tanto. Então, na verdade, os táxis continuam os mesmos, eles conseguem dar uma resposta para a população, porém, como a forma de deslocamento mudou, a gente não percebe na rua como era feito antigamente", pondera Elias.

Para a ampliação da frota, seria necessária uma determinação legislativa. "A gente sabe que, com a Copa do Mundo chegando e alguns projetos adiante, a gente tem essa necessidade [de mais táxis], mas tem que ser por força de lei e não por vontade apenas do órgão gestor", enfatiza.

A Secretaria de Saúde informou ainda que, no interior do estado, as fiscalizações vão ser intensificadas durante as festas de rua, shows, vaquejadas e festivais.