domingo, 1 de abril de 2012

40% dos contratos da saúde estavam irregulares no RJ, aponta relatório da CGU.


De 99 contratos auditados pela Controladoria Geral da União, 41 apresentavam irregularidades e foram suspensos

Wilson Lima, iG Brasília | 31/03/2012









Resultado preliminar de uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) revela que 40% dos contratos firmados pelo Ministério da Saúde para atender aos seis hospitais federais do Rio de Janeiro (Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e dos Servidores) apresentavam indícios de irregulares.

Pelos dados do ministério divulgados neste sábado (31), de 99 contatos auditados desde abril do ano passado, 41 foram suspensos por suspeitas de formação de cartel, identificação de sobrepreço, manipulação de procedimentos licitatórios, entre outras irregularidades apenas nos hospitais federais do Rio. O universo abrange 37 contratos relacionados a obras e quatro a aluguel de equipamentos. A suspensão destes contratos resultou em uma economia da ordem de R$ 50 milhões, conforme o Ministério e 32 novos procedimentos licitatórios foram abertos para substituir as contratações fraudulentas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que “enfrentar o que tivesse que enfrentar”, após o início da auditoria instituída pela CGU, em abril do ano passado. “Quando nós começamos o processo de reestruturação (do Ministério), tanto na centralização das contas, quanto na apuração, eu digo que estávamos absolutamente preparados a enfrentar o que tivesse que enfrentar”, disse Padilha. “Seja um contrato, sejam 40, sejam 50, sejam 5%, sejam 40% dos contratos, nós vamos até o fim no processo de apuração”.

No Rio de Janeiro, o rombo da saúde chega a aproximadamente R$ 124 milhões de R$ 887 milhões contratados pelo Ministério da Saúde desde 2008 em contratos de obras e prestação de serviços, conforme levantamento da CGU divulgado recentemente. Houve casos em que a CGU detectou contratos com superfaturamento da ordem de 180%. “Quando fizemos uma análise de medicamentos e de insumos praticados pelos hospitais federais do Rio de Janeiro, nós identificamos uma variação muito grande de preços entre os hospitais e uma variação praticada entre os hospitais com outras compras feitas pelo Ministério da Saúde”, afirmou Padilha.

Neste sábado, reportagem da revista “Veja” afirma que um ex-assessor de Padilha recebeu R$ 200 mil de empresas ligadas ao setor farmacêutico do Rio para manter um esquema de corrupção dentro do Ministério. Desde terça-feira passada, o Edson Pereira de Oliveira passou a ser investigado pela CGU e pela Polícia Federal (PF). O ministro negou relação com o ex-assessor