|
|
Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a corrupção aumentou
em relação ao que havia em seu governo. Para ele, 'faxina' da presidente
Dilma Rousseff é importante, mas, afirma, 'talvez ela não avalie o risco
político que está correndo'.
'O Congresso brasileiro é mais forte do que se pensa. Se não tem certa
capacidade de entender o papel do Congresso no sistema brasileiro, você pode
se dar mal', disse Fernando Henrique em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, antes
de partir para Paris, na quinta-feira passada.
A mais recente pesquisa Datafolha mostrou aprovação recorde da
presidente Dilma, mas Lula ainda é o preferido para a sucessão...
Por enquanto...
É questão de tempo?
É questão de economia... a menos que ela faça uma grande bobagem. E,
em segundo lugar, da existência de um ponto de vista diferente que politize
os problemas que existem. Se não, não adianta a economia ir mal. Não vou
torcer obviamente para haver problemas econômicos no Brasil...
O sr preferiria o Lula?
'Entre les deux, mon coeur ne bouge pas' [parodiando o dito francês,
entre os dois, meu coração não mexe] (risos). A população não está reagindo
ao carisma dela, mas ao bolso.
A corrupção mudou ou é mais do mesmo?
Não é mais do mesmo não. O antigo não deixa de existir, mas se agregam
dimensões funcionais novas. Com o capitalismo enorme no Brasil e o governo
interferente, passam a existir muitas possibilidades de negócios. Perde
visibilidade o clientelismo em favor de facilitação de negócios. Alguns partidos
buscam posições com o objetivo de se financiar. Passa a ser algo sistêmico,
não só no Brasil. Acho que aumentou. E a transparência também.
Em relação a seu governo?
Acho que sim. Eu estou na pré-história desse capitalismo (risos)...
Agora está em expansão. Não havia discussão: 'Dá um ministério fechado para
esse partido'. E eu ainda podia dizer: 'Vai esse e não aquele', o que você
vai perdendo com o tempo, com o exercício do poder. Tinha muito mais
capacidade de controle. Onde havia problema era em emendas parlamentares e
ministérios periféricos. Agora, precisa haver aperfeiçoamento do sistema de
vigilância e punição. Não sou pessimista com essas coisas no Brasil. Claro
que, se fosse candidato, estaria. Mas, como sou sociólogo, não estou
pessimista. As coisas não estão piorando, o que não diminui a necessidade de
denúncia. [Apesar da corrupção maior], há um processo que permite certa
recuperação institucional. Tem de mudar o sistema eleitoral, o modo de fazer
campanha. Já há financiamento público e não resolve. Também não é justo
passar para o povo a conta toda. Tem de baratear a campanha. Pode-se fazer
uma lei diminuindo o aspecto propagandístico da campanha [na TV]. A corrupção
é uma questão institucional e de cultura. (Folha de S.Paulo)
|
|
|
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Para FHC , a corrupção era menor em seu governo.
Marcadores:
..Nadjo Feitosa,
corrupção,
Fernado Henrique,
Governo